segunda-feira, 1 de março de 2010

O terrorismo tupiniquim

 Arthur Borges Lacerda


A democracia, um dos bons frutos da civilização ocidental, constantemente está sob ameaça. Seja através dos terroristas comunistas e nazi-fascistas, entre outras “correntes ideológicas” totalitárias, constantemente sofremos o assédio – e a tentativa – da implantação da utopia em que esses indivíduos, piamente, acreditam. E não nos enganemos, a semelhança entre esses regimes totalitários não param por aí. O desrespeito à dignidade da pessoa humana, ao direito natural, bem como à liberdade, inerente a toda pessoa, se fazem presentes em todos esses ideais golpistas, tão disseminados durante toda a história. No Brasil, amargamos algumas dessas tentativas de implantação do regime comunista, porém, com a graça de Deus e a coragem dos militares, tal fato não se concretizou. Entretanto, a semente foi plantada, os golpistas se disfarçaram, vestindo a carapuça democrática e “libertária”, e agora eles detém o poder, aproveitando-se dele para a concreção dos seus maquiavélicos planos – e não esperemos que, para tal revolução, sejam poupados meios truculentos.
Nesse passo, importante traçar um paralelo, que para alguns pode parecer exagerado, mas, no fim, ambos são atentados contra o Estado Democrático de Direito. No dia 07 de agosto de 1988, em Nairóbi, no Quênia, e Dar es Salaam, Tanzânia, de posse de alguns carros bomba, a organização terrorista Al Qaeda, liderada por Osama Bin Laden, explodiu as embaixadas norte-americanas ali situadas, finalmente mostrando a sua cara e os seus ideais, que até esse momento eram desconhecidos pelo mundo. O cenário se repetiu em 12 de outubro de 2000, com outro ataque terrorista de grande repercussão, contra o navio da marinha norte-americana USS Coles, que estava atracado, para reabastecimento, no Iêmen. Ainda, não podemos esquecer do mais famoso dos ataques, que se deu no dia 11 de setembro de 2001. Nessa data, a Al Qaeda lançou aviões seqüestrados contra o World Trade Center e contra o Pentágono, em Washington, DC, provocando a morte imediata de milhares de pessoas, acontecimento que os deixou mundialmente conhecido. Seus ideais são: a destruição do ocidente, da cultura judaico-cristã, do imperialismo americano e, por conseqüência, da demorcacia.
De outro ponto, como exemplo, temos a famigerada Guerrilha do Araguaia, promovida por “tropas” comunistas, treinadas pela China e por Cuba, preparadas para a “revolução” tão desejada. Ademais, importante citar o assalto ao cofre do famoso político paulista Adhemar de Barros, orquestrado pelo casal Carlos Franklin Paixão de Araújo e a nossa querida Dilma Roussef – sendo esse um dos crimes mais leves, dos tantos praticados pelos terroristas da época. Ainda, temos mais dois emblemáticos casos: o da violenta morte do Capitão Charles Rodney Chandler, capitão do exército americano, que estudava sociologia e política no nosso país, morto em frente à sua família, com seis tiros desferidos pelos “guerrilheiros terroristas”; e o da morte do soldado Mario Kozel Filho, assassinado em um ataque terrorista, no quartel em que realizava a guarda, onde se simulou um acidente, quando, uma bomba de alto poder destrutivo foi lançada sobre o soldado que foi auxiliar possíveis feridos.
Já na carapuça democrática, esses ex-guerrilheiros, desfigurados por plásticas, ou esquecidos com o auxílio da grande mídia, continuaram com seu plano comunista e totalitário. Iniciaram com um forte populismo e cabresto eleitoral, com a distorção dos programas iniciais de transferência direta de renda, amarrando grande parte da população miserável à sua dependência. Nesse lastro, deixando de lado o maoísmo ferrenho e partindo para uma ação gramsciana, quando assumiu o governo federal, aparelhou o Estado, os movimentos sociais, os sindicatos e, em especial, o MST. Da mesma forma, amordaçaram a grande mídia e, com o auxílio do – por eles – idolatrado Paulo Freire, minaram a educação pública de base. Estava feita a tão falada “reforma do senso comum”, sonhada por Antônio Gramsci. A bomba foi armada, só restando o comando para ela explodir e levar o regime democrático pelos ares. Tais fatos, por si só, justificariam uma repressão sobre esses indivíduos, pois possuem inúmeras afrontas à nossa Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito.
Agora, diante de tais dados, transforme a denominação Al Qaeda em Partido dos Trabalhadores (PT). Os carros bomba são os mesmos e os componentes, trocando os nomes e a etnia, também. Ambos são terroristas e totalitários. Ambos já cometeram diversas barbáries e continuam impunes. A grande diferença está no poder político e econômico alcançado pelo PT: eles governam um país e tem a máquina estatal como um grande aliado. A semelhança entre alguns figurões do governo federal é a mesma, e o elo que os une é a revolução, que já foi armada e permeada pelo terrorismo, pelos assaltos e pela truculência, típica de militantes da esquerda armada. São esses mesmos terroristas que, no dia 21 de dezembro de 2009, propuseram o decreto 7.037, ou 3º Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH3). A semente, plantada durante o regime militar, com a Guerrilha do Araguaia e movimentos terroristas, na cidade ou no campo, começou a germinar agora, de forma com que a revolução se camufle como algo “democrático” e “legal”, enquanto a cova do povo está sendo cavada.
Como bem citado por diversos intelectuais brasileiros, o PNDH3 é a união de todos os males pretendidos pelo totalitarismo petista. Os ditos “direitos humanos”, conclamados pelos esquerdistas, apontam – pasmem – situações como a legalização do aborto, a censura na imprensa, o revanchismo contra aqueles que coibiram o terrorismo no país, o enfraquecimento do judiciário, com a relativização da propriedade privada, tanto rural, de latifúndios, como a urbana, entre outros absurdos. É a síntese do mal. Ou melhor, é a síntese do plano de governo da “menina dos olhos” do nosso presidente, a ministra Dilma Roussef (ou seria “Estela”, “Patricia”, “Luiza”, “Vanda”, como sugere a sua ficha criminal?).
Ainda não chegamos a tal estágio de violência genocida, como praticado pela Al Qaeda, mas o objetivo é o mesmo: abalar o Estado Democrático de Direito. Conforme o paralelo proposto, estamos no dia 12 de outubro de 2000, em uma espécie de talibã tupiniquim. O abalo, por enquanto, é interno, a força política ainda não é tão grande para que afete o cotidiano mundial. Porém, se a população brasileira não acordar e iniciar a “contra-revolução”, o nosso caminho é trágico e totalitário.
O povo brasileiro deve se unir, somar forças e abortar a revolução enquanto ainda há tempo. Lula é “político” demais para implantar os objetivos do Partido, entretanto, sua “companheira” Dilma, tem a carranca, a amargura, a coragem, a combatividade – comprovada pelas barbáries já cometidas - e a força para realizar os objetivos propostos pelo PT. De forma coesa e sólida, como as formações bélicas espartanas, a população deve avançar, com o poder político que possui, e implodir essa perigosa tentativa que está em andamento. Espero que não cheguemos ao dia 11 de setembro de 2001, onde ficaremos conhecidos pelo mundo por uma grande tragédia: a concreção da revolução bolivariana no Brasil.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Bolsa-família: otimização e propostas para mudar o país.


Arthur Borges Lacerda

1. Conceito, objetivos e funcionamento.


            O bolsa-família é um programa organizado pelo governo brasileiro que tem como objetivo a transferência direta de renda, beneficiando famílias em situação de pobreza (renda mensal por pessoa de até R$120,00) e extrema pobreza (renda mensal por pessoa de até R$60,00). Ocorre uma distribuição de renda de R$20,00 a R$182,00, de acordo com a renda mensal por pessoa da família e o número de crianças e adolescentes até 17 anos. Ele integra o programa FOME ZERO,que, como define o governo, trata-se de um programa que “visa assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a erradicação da extrema pobreza e para a conquista da cidadania pela parcela da população mais vulnerável à fome.”
            O programa em questão visa levar uma alimentação digna e adequada aos que vivem nessas situações catastróficas, impondo certas condições a serem cumpridas pelos beneficiários.  Como objetivo, além de acabar com a fome levando alimentação adequada, visa o aumento da freqüência escolar e a drástica diminuição do trabalho infantil.
            Esses objetivos são observados no que o governo chama de condicionalidades. As condicionalidades são compromissos assumidos pelas famílias beneficiárias e que precisam ser cumpridos para a continuidade do benefício. Essas condições devem ser: na área da saúde, com o acompanhamento de vacinação, crescimento e desenvolvimento da criança, além do pré-natal das gestantes e nutrição nos recém nascidos; na área da educação, exigindo uma alta freqüência escolar; e na assistência social, cobrando uma freqüência em serviços socioeducativos para adolescentes. Essas condicionalidades visam responsabilizar os beneficiários e tentar um programa para que a pobreza não passe por gerações.


2. Da efetividade: aspectos contraditórios e desvio do objetivo.


            O programa em questão, como já abordado anteriormente, visa levar às famílias necessitadas o direito à alimentação. Já que o objetivo é suprir a falta de alimentos, a meu ver, seria mais correto a entrega de cestas básicas, ou seja, o alimento em si, do que uma transferência de renda em espécie. Com o atual método que o programa utiliza não há a possibilidade de controle do uso da renda recebida pelas famílias carentes. Nasce aí um problema: não tem como garantir que o dinheiro repassado para essas famílias, realmente irão para a alimentação e não para o sustento de vícios, ou qualquer outro tipo de compra. Então, analisando o caso, há um desvio de objetivo, pois o dinheiro enviado para garantir a alimentação adequada está tendo outro fim.
            No mesmo âmbito, do problema da transferência de renda e não do fornecimento de alimentos, temos uma falha que fere a estrutura objetiva do programa. O bolsa-família visa garantir a segurança alimentar e nutricional, com comidas saudáveis, em qualidade e quantidade suficiente. Mas como garantir que o que está sendo consumido é realmente benéfico para a pessoa muitas vezes anêmica? Infelizmente não há a mínima condição de fiscalizar esse problema, ficando o governo responsável por repassar a renda, mas sem saber o fim dessa quantia, prejudicando o objetivo inicial do programa.
            Num segundo momento, podemos observar o previsto nos objetivos iniciais que é a conquista da cidadania pelas pessoas que vivem nessa situação de pobreza. O bolsa-família prevê alguns serviços para a tentativa de reinclusão dessa família, porém apresenta em focos erroneamente escolhidos. Jamais seria contra o fornecimento de alimento aos necessitados, acho dever de qualquer cidadão – e com o governo não poderia ser diferente – dar alimento a quem necessita, porém de nada adianta fornecer o alimento sem dar a devida base para a inclusão da verdadeira cidadania naquele lar.  Proporcionar a essa família uma profissionalização, um serviço de planejamento e estrutura familiar, deixando os adultos e as crianças preparados, para que, no futuro, essa cidadania ocorra e os beneficiários possam andar com as próprias pernas, sem depender de apoio do governo e fazendo o nosso país crescer.
            Juntamente com os objetivos supracitados, deveriam ocorrer, além do programa de alfabetização para adultos, um serviço de qualificação para profissionalizar os adultos dessa família, assim dando armas para partirem em uma luta por uma vida melhor e também qualificando diversos setores do país. Para o desenvolvimento que o país busca, levando dignidade e cidadania para classes sociais menos favorecidas, deve ser imprescindível a busca por autonomia dessas famílias e isso só vem com trabalho qualificado. Com a possibilidade de um emprego e uma prévia noção de planejamento e estrutura familiar, os erros não serão repassados por gerações.
            Com a política eleitoreira adotada pelo governo, apenas pensando no momento e em angariar votos, fica clara a não preocupação de auxiliar as classes menos abastadas na ascensão social em próximas gerações. Analisando a falta de programas sociais, de qualificação pessoal e profissional, a tentativa de rompimento do ciclo de pobreza fica inapta e sem possibilidades de acontecimento, deixando assim as famílias dependentes desses programas de “esmola”.
            Outro aspecto contraditório no programa, fica à cargo da freqüência na escola. Tira o jovem da rua e do trabalho, porém com a qualidade de ensino que temos no nosso país não muito acrescenta culturalmente ao aluno. Escolas com pouca estrutura, professores mal remunerados, desmotivados e despreparados, além da falta de interesse e de comprometimento do aluno – estando ali por obrigação – tornam a intenção pouco útil à sociedade.
            Observando o programa e suas “estatísticas”, um dos grandes trunfos utilizados por apoiadores do atual programa – sem mudanças na estrutura – é a redução do número de famílias em nível de pobreza e extrema pobreza. Analisando o fato com um mínimo conhecimento de economia e de mercado percebe-se que essa diminuição da pobreza deve-se em grande parte ao aumento do salário mínimo e não ao bolsa-família. Um auxílio que deve garantir o alimento não tem condições estruturais de tirar uma família da situação de pobreza. Essa política de valorização do salário mínimo, aliado a um grande crescimento econômico, parecem ser o maior fator para a redução da pobreza. Reduzem a pobreza, porém não a desigualdade.
            E por fim, abordando o aspecto principal do produto vem o ônus político pago por quem propõe mudanças no programa. Seja abordando valores, tempo de contribuição, ou qualquer outro aspecto polêmico, imediatamente o político paga o ônus da reprovação popular e dos políticos populistas. Amarrando eleitores de classe baixa, que votam não por competência, mas sim por interesse particular – pelo político em questão ter dado algum acréscimo à sua vida – os candidatos crescem e os burocratas políticos são verdadeiramente contra qualquer mudança e qualquer cancelamento. Finalizando enfim, não se deve retirar o programa, mas sim sofrer algumas modificações para otimização do fim último desse programa. Devem-se acrescentar programas de profissionalização e inserção da cidadania para uma futura ascensão social da família.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Santidade, sucesso e felicidade!


Arthur Borges Lacerda


Sucesso, felicidade, prosperidade e alegria, todo ser humano – independente de religião – busca, durante toda a vida. Em um mundo secular, onde se semeiam conceitos distorcidos, sofismas, influenciando a capacidade volitiva que, com entranhas impregnadas de relativismo e liberalismo moral, levam a sociedade, cada vez mais, a rumos obscuros, parece estranho falar em Santidade. Afinal, como pensam os mundanos, os santos que conhecemos dizem respeitos à outra realidade, em que a ciência ainda era desconhecida da maioria do povo, além da própria Igreja condena-la, sendo, ainda uma sociedade extremamente autoritária e machista.
Em que pese a burra falácia, influenciada pelo liberalismo moral personalíssimo, falemos do que realmente interessa. O sucesso, a felicidade, a prosperidade e a alegria, não são um fim último, mas sim, uma conseqüência. Hão de me perguntar, então: conseqüência de quê? Conseqüência de um estilo de vida, que nos chama à santidade, em que o fim último é Deus. Conforme fala no Evangelho e, laicizado pela nossa Carta Magna e sistema jurídico, a pessoa é a imagem e semelhança de Deus, então, por um silogismo simples, a pessoa assemelha-se ao seu Criador. Enfim, sem maiores delongas, a vida santa, consiste em uma doação a Deus, visando, em conjunto, o respeito à Pessoa Humana, afinal, ser pessoa é ser único.
Primeiramente, para melhor desenrolar do raciocínio, detenhamo-nos no conceito de Santidade. Santidade consiste, em nada mais, do que uma doação a Deus. Uma vida consagrada, de fé e de dedicação a Deus, tendo sempre Ele como um fim último, em todas as nossas atitudes. “Sede santos, porque sou santo! (I Pe 1.16)”, já dizia Pedro, o primeiro Papa. Mas, em que consiste uma vida Santa? Primeiramente, consiste na vivência dos preceitos que nos são dados pela Revelação. Não há como se falar em Santidade, sem se falar em obediência. Ainda, nesse mesmo passo, a Santidade anda lado a lado com a fidelidade. Destarte, a obediência e a fidelidade à Deus, ao evangelho, aos preceitos e paradigmas doutrinários da Santa Igreja, são, juntamente com a Fé, os pilares-base de uma vida santa.
Outrossim, cumpre ressaltar a importância do que, antropologicamente, chamamos do próprio do homem: a consciência moral. Da razão, depreendemos a consciência e a liberdade do agir. Dessa forma, temos uma conduta moralmente permeada e, assim, no nosso agir, existe um peso maior, nos tornando senhores dos nossos atos. Como cita Aristóteles, em sua célebre obra “Ética a Nicômaco”, somos responsáveis não só por nossas atitudes voluntárias, mas também pelas involuntárias, pois elas serão guiadas pelos nossos hábitos, qual sendo os vícios ou as virtudes. Assim, completo o triplex base do caminho à Santidade: a obediência e a fidelidade aos ensinamentos divinos, bem como à consciência moral que permeia os nossos atos.
Ademais, detendo-se aos pilares-bases, falemos um pouco da consagração e dedicação a Deus. No momento em que colocamos o Criador como fim último em nossas vidas, Ele acaba se tornando uma prioridade, ou seja, a nossa dedicação à vontade Divina, torna-se como a primeira opção em nossas ações cotidianas. O próximo passo, após a dedicação, é a consagração. É a vida espiritual, de oração, de dedicação à vontade divina, mas, com um intuito um pouco mais elevado do que, simplesmente, a dedicação a Deus. A consagração consiste em uma amizade maior com Deus, em uma vivência mais intensa dos preceitos divinos, onde, sem excesso de escrúpulos, a vontade Divina se faz, automaticamente, como o único caminho a ser seguido. Mas, como se afina melhor essa amizade com Deus? Primeiramente, com a oração, disciplinada, de coração e intensa. Ainda, com a recepção regular dos sacramentos. Dessa forma, seguindo tais pressupostos, indubitável o rumo à santidade.
Mas, saindo da área conceitual e partindo para uma área mais pragmática, uma vida santa não se faz apenas com tais preceitos. Além de toda essa doação e entrega espiritual, existe uma entrega corporal, um empenho e um trabalho realizado com amor que, tendo como fim último Deus, inevitavelmente, nos levará à santidade. O sacrifício e a doação corporal, na qual negamos qualquer reação da carne em observância à vontade do criador, nos auxilia e se faz como um degrau a menos que deveremos enfrentar rumo à Salvação. Outrossim, importante falar que, quanto maior for o nível de Santidade, mais difícil será a concretização do Santo. Assim, para alguém que vive em Santidade, se tornar um Santo, seu coração deverá estar totalmente pleno em Santidade, ou seja, conforme já citado, Aristóteles ensinava que, para que as suas reações involuntárias sejam virtuosas, é necessário o hábito da virtude.
Ainda, não podemos olvidar       de mais questões práticas, decorrentes da ação ordinária de Deus na vida dessas pessoas. Em uma vida santa, os milagres, não raramente, acontecem, sendo a vontade de Deus sempre compatível com a felicidade do indivíduo. Criatura e criador em total sintonia, com ambos andando pelo mesmo trilho. Ou seja, a proximidade nossa com Deus faz com que alinhemos o nosso coração com o Dele, com o Seu desejo, tornando a nossa vida plena. O homem santificado se opõe ao pecado, não por pudores ou escrúpulos, mas sim, porque o amor a Deus, se faz superior a qualquer outro fator, influenciando diretamente na capacidade volitiva humana.
Dessa forma, após a definição conceitual e prática, passemos à aplicação nos nossos principais objetivos de vida: sucesso e felicidade. Sucesso e felicidade, embora seja o nosso objetivo, são apenas sentimentos. Sentimentos que, quando arrimados com o desejo de Deus, se tornam plenos e sublimes. Como já afirmava o Santo Padre Bento XVI, em sua encíclica “Caritas in Veritate”: "Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo." Ou seja, não só a caridade, mas qualquer outro sentimento, sem a Verdade ou sem Cristo, cai em um mero sentimentalismo, virando, simplesmente, um egoísmo mundano. Como já afirmava Aristóteles, Santo Tomás e a Doutrina Católica, temos como fim último a felicidade. E, assim sendo, tal felicidade só é possível com a vivência espiritual proporcionada pelo amor a Cristo.
O sucesso, da mesma forma, seja no âmbito profissional ou pessoal, virá em sua plenitude somente, quando nossos conceitos e práticas pessoais estiverem arrimados com o desejo Divino, ou seja, a realização plena, com a devida doação, resultará em um sucesso. Mas, além disso, existe uma coisa inolvidável em relação ao sucesso: a oração. O pleito dos nossos desejos, quando em consonância com a vontade divina, é essencial. Através da oração, entramos em um contato direto com Deus e, por muitas vezes, podemos receber uma resposta em contrapartida dos nossos pleitos, discordando ou não, tudo de acordo com a Sua imensa sabedoria. Tal postulação, se errônea, não será realizada e, cabe a nós, aceita-la.
Dessa forma, conclui-se que o sucesso e a felicidade plena, vem com três quesitos básicos: santidade, empenho e oração. Com a santidade, temos um coração puro e uma vida voltada à Deus. Com o empenho, temos uma doação, uma consagração carnal à vontade Divina, sempre buscando o nosso melhor e dando o nosso máximo. E com a oração, postulamos o que achamos importante e, dessa maneira, concluímos, com a Sua ajuda, o que realmente é necessário para a nossa realização plena.
Então, ante o exposto, que vivamos a Santidade, que nos empenhamos em nossos trabalhos, sempre visando a Deus, seguindo o exemplo de Cristo, para que, assim, alcancemos a plenitude em nossas vidas e, com a graça de Deus,

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A ignorância do cidadão “apolítico”: suas escolhas e a negação da própria felicidade.


Arthur Lacerda


Analisando o atual contexto, presente na nossa sociedade, de individualismo, egoísmo, assim, desencadeando na crescente que se encontra a corrupção no âmbito social (dia-a-dia) e político, poderíamos até compreender a colocação de alguns cidadãos que se autointitulam “apolíticos”. Tal colocação seria plausível se esses cidadãos, no conceito do grande filósofo francês Jean Jacques Rousseau, fossem loucos, náufragos, ou um Deus. Todavia, na verdade, não passam de simples pessoas, comuns em nosso cotidiano, ficando, assim, impossibilitadas dessa pífia intitulação.
Refletindo acerca do conceito mencionado nasce um questionamento: é possível algum ser humano intitular-se “apolítico”? Creio eu que não. A política nasce da convivência, do diálogo com o próximo, da articulação entre indivíduos, e, enquanto tivermos um convívio em sociedade, seremos naturalmente um ser político. Como afirmação de tudo isso, cito o renomado filósofo Aristóteles, cujo pensamento remonta à sociedade grega e é utilizados até hoje, onde chamaria o indivíduo de zoo politikon, afirmando que o ”homem é um ser naturalmente político e relacional”. Nesse sentido, realmente o é, se analisarmos detalhadamente os fatos. O convívio em sociedade nos força a exercer a política e, mesmo que inconscientemente, somos seres dotados desse dom, que, inclusive, compõe a nossa natureza e é um instinto natural, como comer, andar e outras coisas que não nos damos conta da origem, mas já nascemos sabendo. Pois bem, a política é uma desses mistérios sem explicação, que já nascemos sabendo exercer, pelo menos de sua forma mais primitiva, no momento em que temos o convívio em sociedade.
Seguindo um conceito de política um pouco mais complexo do que o de convivência natural em sociedade, temos a política como um desdobramento natural da ética na relação entre o governante e os seus governados, sempre visando o bem comum. Ou seja, um governante deve observar o que a ética, a moral e a capacidade volitiva estão preocupadas no âmbito individual, encontrando, assim, um meio para a realização do melhor para o individual no âmbito coletivo. Historicamente falando, observamos que sempre existiu uma relação de governante e governado, desde as mais primitivas sociedades, porém a ética, ficando à mercê da vontade pessoal, nem sempre existiu nem agiu em prol da sociedade governada, às vezes agindo em prol apenas do governante. Analisando os fatos históricos sobre a falta de busca do bem comum na organização social, entende-se o porquê do conceito grego de que o governante deve ser aquele que tem um intelecto superior, uma valoração moral e ética inquestionável e que deveria ser aquele que, por conta desses requisitos, lutaria com todas as forças pelo bem comum da sociedade. Ainda nesse conceito, observamos que a política sempre foi presente na história humana na relação de governante e governado e que a política é sim um desdobramento natural da ética, seja na falta ou na presença dela.
Mesmo na vã ignorância de alguns imorais individualistas, que se julgam “apolíticos” por serem cidadãos “apartidários”, não podemos dizer que não estão envolvidos com a política. Podem, sim, estar desgostosos pelo crescente número de escândalos de corrupções, mas é impossível numa convivência em sociedade se abster da preocupação com o bem comum e não simpatizar, por mínimo que seja, com alguma ideologia, vez que tal preocupação é um elemento constitutivo e necessário para a plenitude do ente humano. Uma pessoa que ignora a vivência em sociedade, que ignora que existe um governante olhando pelo bem dessa organização social, é no mínimo um grande ignorante, pois acha que sua felicidade individual vai poder ser concretizada sem a ajuda de ninguém. Como concretizaremos a nossa felicidade sem a felicidade do próximo? Como seremos felizes vivendo em meio a infelizes? É uma coisa irreal, ilógica, achar que vai se encontrar a felicidade sem estar em um convívio feliz. A pessoa humana não pode ser visto sozinha, uma vez que pressupõe o reconhecimento da pessoa humana e o relacionamento com a pessoa humana.
Pois que se saiba que aquele ser imoral, individualista, que afirma que não gosta de política por ser uma “grande corrupção”, não está apenas negando a mudança no mundo, a felicidade coletiva, mas sim está negando também a sua felicidade, a sua dignidade, o seu fim último. A nossa felicidade e o nosso fim último, passa pela felicidade do próximo, de quem nos rodeia, então não podemos ignorar que a mudança da felicidade de quem nos rodeia está na política e afirmando que não ligamos para a política, estamos afirmando também que não queremos ser felizes por não estarmos preocupados com a felicidade do próximo. Então, seu “apolítico”, por favor, repense os seus conceitos, pense que vive em uma sociedade e não em um estrato individualista e repense o seu papel nessa sociedade. Analise as diretrizes e veja se está realmente buscando a sua felicidade, com mesquinharias e pífias ignorâncias e reflita que o seu fim último passa pela felicidade de quem te rodeia. Somos naturalmente políticos e não podemos ignorar isso por comodismo, nem achar que sozinhos seremos felizes. O sentimento é necessário, o amor ao próximo é necessário e somente assim, chegaremos perto do nosso fim último. Como já dizia um clássico da nossa MPB: “...fundamental mesmo é o amor, é impossível ser feliz sozinho...”.