quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A Instituição Familiar: um modo de mudar o mundo

Em um mundo em constante mudança, com seus habitantes sempre correndo, com pressa e alto grau de stress, as coisas vão se adaptando. A praticidade torna-se essencial e junto com essa praticidade, acabam por vir diversos fatores indesejáveis no aprimoramento do caráter do ser humano. Costuma-se com toda essa praticidade, banalizar diversas etapas na vida, importantíssimas para a formação do caráter, etapas essas que na causa final leva a resultados indesejados. Uma dessas banalizações que ocorre é com a distorção de valores que temos no primeiro convívio em sociedade da raça humana, o milenar conceito de instituição familiar, banalização essa que acarreta inúmeros problemas sociais que nos deparamos na realidade dos dias de hoje.
A instituição familiar, segundo o filósofo inglês Jaques Rousseau especificou no seu famoso trabalho “Do Contrato Social”, é a primeira convivência em sociedade que vivemos, o primeiro contato do homem com o próximo, onde ele aprende a dar os primeiros passos em rumo do convívio social. Analisando isso, conclui-se que é necessário uma base familiar forte, para a boa formação do caráter de uma pessoa. É nessa instituição que se deve aprender os princípios básicos de dignidade da pessoa humana e os valores puros, sem distorções, como ocorre na sociedade. Dentro dessa realidade que deve-se compreender o sentido da vida em sociedade, ou do “contrato social” que assinamos para essa vida, observando sempre que a única coisa que não perdemos é a nossa dignidade e a nossa consciência.
Podemos constatar na atual sociedade brasileira uma imensa diversidade de estilos de instituições familiares, se é que podemos denominar esse verdadeiro “carnaval” de incongruências de família. Observando, essa etapa de “escola” de valores que é papel da instituição familiar surge a questão: como criar uma criança nesses moldes, tendo uma instituição e uma base familiar completamente disforme do padrão para uma boa concreção do caráter do ser humano? A questão é complicadíssima, pois não cabe a nós julgarmos valores morais e éticos nem temos a capacidade pra isso, mas voltemos a fatos que ocorrem nessa atual geração, que será a próxima leva de criações de pessoas para o futuro do nosso país. Observamos nos jovens de hoje, uma tremenda individualização, uma grande preocupação com a chamada ordem menor, que é a do “eu e de quem me interessa”, onde apenas o que vale é o bem-estar do “eu”, pouco importando os sentimentos contidos em outra pessoa. A atual ordem social dos jovens acaba “coisificando” as pessoas, esquecendo que é um ser dotado de raciocínio e sentimentos, onde tudo que for feito sempre haverá um reflexo, e acaba por usá-las de modo a tentar alcançar a felicidade, nem que seja por algum momento.
Observando esse fato da “coisificação” da pessoa, que é comum dos jovens de hoje, analisemos primeiramente a vida afetiva, ou o que seria a vida afetiva de uma pessoa com princípios. Hoje, vemos uma festa como um grande “mercado de pessoas”, onde todos ali estão com seus corpos em evidência para negociá-los, como um novo tipo de escambo, só que utilizando o que um ser tem de mais importante e bonito que é o seu corpo. Agora eu me pergunto, qual o embasamento de princípios e valores que foi passado a esses jovens? Quem é apaixonado, ou quem tem o mínimo de conhecimento sabe, o quanto é especial um abraço, um aperto de mão, duas mãos entrelaçadas, um beijo, mas com duas pessoas que possuem algum vínculo, alguma intimidade e não com seres que conhecemos a pouco mais de 20 minutos e nem sabemos a procedência.
Em segundo plano, podemos ainda procurar no cotidiano dessa multidão de jovens, o quanto se corrompem em pequenos atos que nem notados são, e demonstram toda a axioaspiração encontrada na atual sociedade. Seria digno, juntar dinheiro do chão, mesmo sendo lógico que o dono viria a procurar mais tarde? É digno você furar uma fila quilométrica, apenas para o seu bem? No Brasil, ainda demos uma alcunha para a corrupção pequena, a qual chamamos de “jeitinho brasileiro”. Que honra temos nós, cidadãos corretos em ver a nossa sociedade, a brasileira, envolvida em uma pequena corrupção e ainda achar bonito. Depois, ainda choramos e reclamamos de nossos governantes, que são corruptos, imorais, antiéticos, quando vivemos em uma sociedade hipócrita, corrupta, imoral e antiética como um todo. Infelizmente, os nossos governantes são reflexos da nossa sociedade, de um sistema de valoração imundo.
Com base nessas afirmações, podemos concluir que a futura geração de pais, não possui o nível de valores necessário para a mudança que o país e o mundo está precisando. Teremos outra geração de jovens, preocupadíssimos com a ordem menor e quase ignorando a ordem maior, assim ficando inviabilizada a realização da nossa dignidade da pessoa humana. Até não afirmo que esses jovens que virão a ser a próxima geração de pais não tenham recebido valores, podem até ter recebido, mas como afirma o renomado filósofo Armando Câmara, a atual sociedade nos faz enxergar o valor de uma outra maneira, tornando o valor subjetivo, mas deixando o objeto lá. Ou seja, para mudarmos não basta ter esse valor, mas sim enxergar esse valor, verdadeiramente como ele é, na sua essência e na sua base.
Comprovando essa distorção de valores, vemos crianças criadas por duas instituições familiares diferentes, pois tem pais separados, com outra família constituída, e cada uma fazendo a criança enxergar o valor de uma forma diferente. Como uma criança vai saber qual dos valores está correto? Fica a critério da pessoa, mas o cerne da questão está na falta da maturidade e conhecimento que a criança tem.
Analisando todos os fatos, observamos uma sociedade praticamente axioaspirada, sem valores morais e éticos, extremamente individualista e ignorando a dignidade da pessoa humana. Deixo no ar a pergunta: o que será do mundo se essa axioaspiração for crescente?Pensem e reflitam se tudo que vivem vale a pena.

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