quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O que você valoriza?

“Ser feliz é usar a razão como propriedade e fazer de tal modo que isso se torne uma virtude.” Aristóteles

O que tu valorizas, meu caro? O momento, as vontades, que fazem sucumbir tudo o que tu acreditas ser ou as atitudes que realmente fazem ser o que tu és?
A moral contemporânea, idealizada por filósofos (?) que tiveram raros momentos de sobriedade – como Nietzsche e Hegel - é um espaço entre a libertinagem e a mediocridade. Ou melhor, a junção dos dois. Entre o correto e o mais fácil, opte pelo mais fácil. Tudo é justificável. O que deveria ser virtude, hoje em dia é visto como valor. Eis aqui a grande invenção que os maçons franceses – idealizadores da infeliz Revolução – tiveram. Alcançaram o objetivo de desestruturar moralmente a sociedade contemporânea. O valor, que antigamente era conhecido como bem, suprimiu esse conceito, tornando uma das poucas unanimidades relativa. O bem é relativo. E a sociedade isso acolhe, afinal, é mais fácil justificar as ações de momento, motivada pelos prazeres, do que, simplesmente, se abster e fazer o correto. Ademais, o que é o correto? Não havendo mais o espaço para a moral racional e naturalista, o sentido de correto virou um tanto quanto abstrato.
“O correto é o que me faz feliz!” – afirma o adepto do vácuo moral, que se entorpece com antidepressivos, justificando o seu sentido de viver com pequenas felicidades momentâneas. No fundo, ele sabe que jamais será satisfeito. Essa vida regada de pequenas alegrias, nada mais é do que a inócua tentativa de satisfazer o que nunca será satisfeito. O vazio interior do amoral jamais terminará. Afinal, para que ele vive? Para uma egoísta vida de pequenos prazeres? Não. Nem ele sabe o porquê que vive. Ele apenas vive. E justifica os seus atos, com base nessa “nova moral”, aduzindo que as vontades não devem ser reprimidas. É como um mantra. E ainda por cima julga ter grande caráter. Novamente a infeliz dificuldade em entender que o que é licito pode ser imoral. Ele se julga uma pessoa com uma enorme grandeza moral e de caráter, simplesmente por não fazer nada ilícito. Ora, o ilícito é ilícito! Tu não fazes, apenas porque há, em contrapartida, uma grave sanção. Isso não é grandeza. É mediocridade. A mediocridade de proclamar aos quatro ventos o que deveria ser inerente à pessoa humana.
“O correto é o correto, independente da dificuldade e da ressonância” – afirma a moral tradicional cristã. Aí está a chave para a felicidade. Uma felicidade maior que a relativista, por isso incompreendida por mentes simplórias. A felicidade de uma vida, vivida em conformidade com valores e virtudes. Assim, chegando perto da perfeição, realmente somos felizes. Enquanto o relativista, adepto do vácuo moral, se entope de antidepressivos na inepta tentativa de fugir da tristeza, o clássico naturalista, que adere à idéia de homem racional, vive. Não vive, apenas, mas sim, vive com as suas virtudes. E, invariavelmente, é feliz. É diferente. É intocável.
O que te faz ser diferente? Tu te julgares diferente? As fortes palavras que tu proclamas? O teu senso de humanidade? E por detrás disso, o que existe? O que as tuas atitudes dizem a respeito de ti? O julgamento deve ser evitado, mas a verdade mostrada, invariavelmente. As atitudes mostram quem somos. A grandeza frente a tentações e situações adversas é medida por atitudes tomadas em conformidade com o que acreditamos. Convicções formadas a partir de virtudes, aplicando-as com o dom da prudência, tornam-se, verdadeiramente, o bem. Assim, uma vida em conformidade com essas convicções, tem um fim, realmente feliz.
Então, caríssimo, se tu te achas diferente, aja como tal. Se tu tens convicções, ajas em conformidade com elas. Assim nunca te arrependerás e, realmente, serás quem tu pensas que és. O nosso único bem é a consciência. E o que somos realmente, é o modo como agimos. O que falamos, ou pensamos ser, sinceramente, é o que falamos e pensamos ser, não passa disso. Fica a questão, intrínseca à verdadeira felicidade: entre prazeres e as tuas virtudes, o que você valoriza?

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